Tempos difíceis estão por vir...
Fomos no HOVET USP hoje. Passamos na triagem e na Odonto. Conseguimos, com muito custo, abrir a boca da Pitchula e ver lá dentro o que está incomodando a pequena. Ela está com um tumor no palato mole. Aquela região entre o céu da boa e a garganta, o tumor se localiza mais a direita, deixando até livre a passagem para a comida, mas está ulcerado, quer dizer: ela sente dor ao comer.
A situação é a seguinte: provavelmente é maligno, mas para saber com certeza só uma biopsia, mas para fazer a biopsia precisa anestesiar e anestesia é um risco altíssimo. Mas se correr o risco, qual é a vantagem de saber qual tipo de tumor se não vai poder fazer nada? Não pode operar, o local não dá. Não dá para fazer quimioterapia. Ela não aguenta. Estamos entre a cruz, a espada e a caldeirinha com a fogueira em baixo. Fizemos um RX do tórax e do crânio para saber se ela tem metástase no pulmão, não tem. Na cabeça, o tumor está perto do olho direito e já avançou no osso. Entramos com remédio mais forte para a dor. Marcamos um ultrassom para a semana que vem para saber a quantas anda o resto do corpo. O ideal seria uma tomo, mas para fazer a tomo, tem que anestesiar. E já marcamos consulta na clínica da dor, lá mesmo no HOVET USP e entrar em cuidados paliativo, igual ao do ser humano.
Já chorei? muito, não imaginam o quanto. Vou chorar mais, com certeza. Dói pra burro. Eu sei que ainda não é hora de tomar uma decisão. Ela ainda está comendo, está razoavelmente bem. Ela está com medo, eu sei que está. E eu estou me sentindo um nada.
Há de se lembrar que meu pai morreu a dois anos de câncer na garganta, não pesava mais de trinta quilos, pois na garganta não estava passando nem água.
Desculpe-me o comentário mas você é um tanto quanto masoquista e egoísta. As decisões são difíceis, são. Mas amar também é deixar partir. O curar dos homens é muito diferente do curar de Deus. Pense nisso.
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