Minha pequena guerreira
Eu evito escrever quando estou muito triste, não quero que as pessoas fiquem para baixo.
Não é fácil lidar com essa situação que estou passando, mas por outro lado eu agradeço a Deus todo dia por ter me dado a oportunidade de conviver com a Pitchula, meu anjo de pelos.
O tempo dela está acabando, é visível que ela está se despedindo da vida e de mim. As vezes ela vem no meu colo e lambe, lambe, lambe, depois desce e pronto. E cada dia é mais uma dádiva de Deus para nós duas.
Pitchula é uma guerreira, eu a admiro muito. Ela não se entrega, não chora, não lamenta, eu sei quando tem dor, eu a conheço e sei quando está incomodada, mas não reclama.
Quem me dera aprender 10% da resignação dela. Se eu pudesse absorver esse dom...
Imagina se fosse eu que estivesse com um tumor na boca... Ia estar chorando direto.
Ela aprendeu agora a jogar a cabeça na hora que vou dar o remédio. Dá uma chacoalhada e derruba metade do liquido. Mas eu aprendi um segredinho também, ela gosta de mel e não é diabética, então coloco mel junto com o remédio e ela lambe...
Um dia ela come um pouquinho, noutro dia ela não come nada, então faço um mingauzinho de Mucilon e dou com o meu dedo. Ela lambe. E come um pouquinho.
Mas continua com o mesmo brilho no olhar. Continua querendo ir na rua, mesmo que ande só um pouco. Não morde mais, não posso mais falar que ela é uma velha ranzinza, até está deixando os outros fazerem carinho nela na rua.
E maior sinal que continua na ativa: Quando encontra o Brad, que não é o Pitt, mas é tão bonito quanto, ela se derrete toda e faz a maior festa para ele, continua assanhada que só!
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