Traição, o que é traição e como lidar com ela?
O que é traição?
Traição, no dicionário é a quebra da
fidelidade prometida e empenhada por meio de ato pérfido, deslealdade,
perfídia.
Traição para os homens, é quando a sua
mulher, companheira, tiver mantido relações sexuais com outros homens. Se for
com outra mulher, ele pode até relevar. No que lhe concerne, a mulher se sente
traída mais intensamente quando, mesmo sem a conotação sexual, o homem se
interessa por outra mulher. Mais do que uma relação sexual, o que incomoda uma
mulher é a relação afetiva, emocional com outra pessoa.
As mulheres se sentem traídas com os
relacionamentos virtuais dos companheiros, da mesma forma que quando se
relacionam virtualmente com alguém, sentem que estão traindo o parceiro.
Em uma pesquisa realizada pela
psiquiatra Carmita Abdo, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São
Paulo demonstrou que 50,4% dos homens e 30,2% das mulheres já foram infiéis.
Esse estudo foi realizado há alguns
anos, os números podem diferir hoje em dia. Os homens admitem porque para eles
é “justificável” a traição, como se fosse parte da natureza masculina e
mulheres omitem
pela mesma justificativa, tradicionalmente, traição
não faz parte da natureza feminina.
O que leva à traição: existem alguns gatilhos que podem levar à
traição.
a) Autoafirmação: a pessoa está se sentindo
meio por baixo, desprestigiada, aparece alguém que a “valoriza”.
b) Tédio: Está meio que descontente com a vida
que leva;
c) Gosto pelo jogo da conquista, a pessoa precisa provar que ainda é
atraente.
d) Vingança: se vingar do parceiro por qualquer
motivo.
e) A busca de novidade: como renovação, revitalização.
Pode-se perceber que, no fundo, todos os
gatilhos têm a mesma raiz; a insegurança, insatisfação consigo mesmo e com a
vida. Nada que uma boa terapia não ajude.
Julgamento alheio: lembram da traição que Jay-Z assumiu
em entrevista ao New York Times, dizendo que o casamento só melhorou depois que
ele fez terapia? Beyoncé e Jay-Z resolveram permanecer juntos. Na época houve
um burburinho, tanto condenando ele pela traição, como condenando ela por
perdoar e continuado com o relacionamento. Mas, e se fosse com você? Gostaria
que os outros determinassem o que deve ou não fazer?
A traição pode sair cara: em São Paulo, a 4.ª Câmara de Direito
Privado do Tribunal de Justiça decidiu manter a condenação de um homem a
indenizar a ex-mulher por levar a amante para dentro da casa da família. O
valor da reparação foi fixado em R$ 20 mil. Segundo o desembargador, relator do
recurso, a simples traição ou relação extraconjugal não ensejaria indenização
por danos morais. O dever de reparar, porém, advém “da insensatez do réu ao
praticar tais atos no ambiente familiar, onde as partes moravam com os três
filhos comuns”.
Culpa: As pessoas tendem a ser culparem pela
traição do outro. Acreditam que tenham falhado em algo para que o(a)
parceiro(a) tomasse esse caminho.
Se existe culpa, ela não é
necessariamente de um dos dois. E também não é preciso sentir culpa. A
responsabilidade, sim, é dos dois, pois são parceiros e a eles cabem a
preservação da relação. Se um deixou de dar a devida atenção, se deixou de
suprir as necessidades afetivas e/ou sexuais, do outro, o parceiro, por sua
vez, deixou de falar, de demonstrar o quanto estava sendo negligenciado e
estava ressentido por isso.
Dor: A traição dói. Mexe com a autoestima
da pessoa traída, esta se sente menosprezada, rejeitada, diminuída. E mexe com
a autoestima da pessoa que traiu também, se sente mal por fazer o outro sofrer,
por ter se deixado levar por uma situação, por colocar em risco um
relacionamento, uma relação construída por algo que, talvez, nem tanto valor
assim.
Perdão: Por mais que toda a literatura e nosso
conhecimento valorizem o perdão, ele não é, necessariamente, uma boa coisa.
Explico: perdoar é complicado tanto para aquele que está perdoando, como para
aquele que está recebendo o perdão. Por mais que se diga ser algo tão bonito,
ele exige muito do que foi traído. Como relevar todo sentimento que aperta o
peito? Como passar por cima de tantos sentimentos contraditórios e pior: como
esquecer? Como tirar da lembrança esse gosto amargo?
Por sua vez, o que foi perdoado se sente
inferior por ter cometido uma falta e que precisa, necessita do perdão alheio.
Não é fácil pedir perdão e carecer desse perdão para prosseguir a vida e a
relação. A pessoa ficará em uma situação de inferioridade àquele que o perdoou.
E vulnerável também, quem garante que o perdoador não vai lhe fazer lembrar
sempre da falha?
Isso sem esquecer de haver mais pessoas
envolvidas, família, filhos, amigos, vizinhos e até a pessoa com a qual traiu
o/a parceiro/a.
Pensamentos finais: não é fácil superar uma traição, porém não
é impossível. Superar a dor e construir um novo relacionamento é possível e
depende da disponibilidade do casal em conversar, discutir as vantagens e
desvantagens, e se dispor a enfrentar as adversidades com maturidade. A relação
pode ser fortalecida. E se puderem, procurarem ajuda externa de um
especialista.
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